1.Contextualização
Resíduos sólidos na cidade de Maputo, constitui o tópico que de forma superficial tentamos abordar neste artigo.
Sabe se que nas cidades moçambicanas a gestão dos resíduos sólidos urbanos é da competência dos Conselhos Municipais. Contudo, constatam- problemas de falta de actualização e de sistematização, informação sobre os resíduos.
Isto, representa um problema para obtenção de conhecimentos mais amplos da situação dos mesmos.
Contudo, olhando para a Cidade de Maputo, a rápida urbanização, o crescimento de bairros sem nenhum serviço básico, os fluxos migratórios internos, têm sido desafios da actualidades para o Município.
1.1.Resíduos Sólidos Urbanos: Suas Características
Partindo da abordagem da Organização das Nações Unidas, os resíduos sólidos compreendem todos os restos domésticos e resíduos não perigosos, tais como os resíduos comerciais e institucionais, o lixo da rua e os entulhos de construção.
Nesse contexto, em alguns países, o sistema de gestão dos resíduos sólidos ocupa-se adicionalmente dos resíduos humanos: excrementos, cinzas de incineradores, sedimentos de fossas sépticas e de instalações de tratamento de esgoto.
Assim, os resíduos sólidos urbanos podem ser classificados, conforme a sua origem. Pode se destacar resíduos domiciliares, de serviços de saúde, comerciais, industriais, de varrição, radioativos, de portos e aeroportos, entre outros.
1.2.Impacto da má gestão de Resíduos sólidos
As diferentes formas de gestão de resíduos sólidos, desde a sua geração até a disposição final, envolvem factores de risco à saúde para as populações expostas.
Estas tem sido as especialmente às pessoas que trabalham em contacto directo com os resíduos e à população que mora próximo às áreas de disposição final.
Assim, os impactos provocados pelos resíduos sólidos municipais podem estender-se para a população. Os meios de contaminação podem ser corpos de água e dos lençóis subterrâneos, dependendo do uso da água e da absorção de material tóxico ou contaminado.
Podem se estender os impactos para a população em geral, estando exposta ao consumo de carne de animais criados nos lixões e que podem ser causadores da transmissão de doenças ao ser humano.
2. Localização geográfica da Cidade de Maputo
A Cidade de Maputo tem como limites geográficos: A Norte o Distrito de Marracuene, a Sul o Matutuine, a Este a baía de Maputo e a Oeste a Cidade da Matola.
E, em termos da sua subdivisão, esta cidade, é constituída por sete distritos municipais, dos quais cinco são contíguos, localizados na margem Norte da baía de Maputo, contabilizando 98 % da população da Cidade.
O sexto Distrito localiza-se na margem Sul da baía, designado Distrito Municipal Ka Tembe, e o Distrito menos populoso é o da Ilha da Inhaca
3. Gestão dos resíduos sólidos na Cidade de Maputo
Na cidade de Maputo vivem mais de 1milhão de habitantes, que produzem cada dia cerca de 1100 toneladas de resíduos sólidos.
Isto significa que, cada habitante da da Cidade de Maputo, produz diariamente cerca de 1 kg de lixo.
Assim, dos resíduos sólidos urbanos produzidos cada dia em Maputo, a maior parte é resíduo sólido doméstico. O lixo doméstico é proveniente de habitações ou locais semelhantes.
Para resíduos resultantes de actividades comerciais e industriais, elas constituem a segunda maior parcela do lixo produzido, com 24% e 32%, respectivamente.
3.1. Destino final dos resíduos
Dos resíduos produzidos na cidade de Maputo, 700 toneladas são depositados diariamente na lixeira de Hulene B a céu aberto, 400 toneladas, cerca de 40% do lixo total, não chega ao depósito final.
Assim, o resto é recolhido, vendido, ingerido como alimento, por pessoas normalmente sem trabalho, sem abrigo, sem segurança designados catadores, que para poderem sobreviver, perigam a sua saúde, fazendo do lixo fonte de suas vidas.
Portanto, a maior parte dos contentores localizados na cidade de Maputo onde os munícipes depositam os resíduos produzidos nas suas habitações e não só bem como a lixeira de Hulene local onde é depositado o lixo recolhido na cidade de Maputo, encontram-se sempre cheios.
3.2. Potencialidades de resíduos produzidos
Os resíduos sólidos e a limpeza urbana constituem, assim, sérios problemas de saúde ambiental nessa cidade.
Sendo assim, do total de resíduos gerados, 60% podem potencialmente ser reaproveitados . Isto permitiria que poupe recursos naturais, diminuindo o impacto ambiental na saúde e a necessidade de investimentos mais vultuosos em aterros, gerando ao mesmo tempo trabalho e renda.
3.3. Reciclagem de Resíduos Sólidos na Cidade de Maputo
Iniciativas de colecta e venda de recicláveis no mercado moçambicano são reduzidas em razão da falta de incentivos económicos e da escassez de indústrias transformadoras.
Por exemplo em Maputo, a colecta selectiva de resíduos sólidos, ocorre de forma restrita, maioritariamente como resultado de iniciativas não governamentais ou individuais.
Assim, organizações de colecta seletiva e reciclagem presentes em Maputo, recebem apoio de movimentos sociais, instituições da sociedade civil e religiosas e se transformaram em actores sociais estratégicos.
Sendo assim, pode se destacar essas organizações, RECICLA, FERTILIZA, AMOR e PAGALATA
6.Breve síntese
Nos municípios moçambicanos em geral, devido ao défice financeiro e outras razões, concorrem para falta de aterros sanitários, sendo utilizadas lixeiras a céu aberto para o efeito.
Por exemplo na Cidade de Maputo, a reutilização e reciclagem mostram-se importantes, considerando a percentagem dos resíduos sólidos que convivem com os citadinos e apresentam potencialidade para a reutilização e a reciclagem.
Portanto, o maior problema para a promoção da reciclagem em Moçambique é a carência de indústrias locais que usem materiais reciclados e, consequentemente, a falta de mercados locais para aquisição de recicláveis.
Este artigo esta disponível em https://climatechangemoz.com/
7.Bibliografias
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- BUQUE, L.I. B (2013). Panorama da coleta seletiva no município de Maputo, Moçambique: sua contribuição na gestão de resíduos sólidos urbanos, desafios e perspectivas. Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo.
- BUQUE, L.I., RIBEIRO, H. (2015). Panorama da coleta seletiva com catadores no município de Maputo, Moçambique: desafos e perspectivas. Universidade de São Paulo.
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- FERREIRA, F.C. (1996). A Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos em Portugal. Instit. Politécnico de Viana do Castelo – 1º Simpósio Internacional Sobre Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos.
- FONSECA, L.H. (S/d). Reciclagem: o primeiro passo para a preservação ambiental. Centro Universitário Barra Mansa.
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- MARTINS, R. X. (2013). Metodologia de pesquisa guia de estudos. Centro de Educação a Distância da Universidade Federal de Lavras