Mudanças climáticas e a segurança alimentar no distrito da Maganja da Costa: Conclusões

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Mudanças climáticas e a segurança alimentar no distrito da Maganja da Costa, este é o tema que nos propusemos abordar neste texto resumo, que resulta numa pesquisa afeita no distrito.

A pesquisa de Dissertação com o tema “Impacto da mudança climática na segurança alimentar no distrito da Maganja da Costa, Moçambique” foi realizada no ano de 2020 no distrito. (Disponivel em https://climatechangemoz.com/wp-content/uploads/2021/12/Seguranca-Alimentar-e-Mudancas-Climaticas_Calisto-Hilario-2.pdf)

O objectivo da pesuisa doi de perceber o impacto que as Mudanças Climáticas têm na segurança alimentar neste distrito tendo em conta que:

  • A população do distrito da Maganja da Costa é, na sua maioria, rural e depende da agricultura e pesca para a sua subsistência. Paralelamente a isto, o distrito é costeiro e é com alguma frequência afectado por ciclones, cheias e inundações (Vide Figura 1).

Ora, a agricultura para além de constituir a principal fonte de obtenção de alimentos para o consumo familiar neste distrito, também é a base de obtenção de rendimentos para a maior parte da população que vive nas áreas rurais.

Para além desta actividade, a pesca é outra actividade alternativa desenvolvida no distrito sobretudo pela população que vive nos povoados costeiros do distrito.

Esta população, aproveita-se das potencialidades existentes no mar, rios e lagoas para fazer a captura de diversas espécies incluindo o caranguejo do mangal.

Em escala reduzida nas áreas rurais por ser uma actividade mais praticada na sede do distrito, parte da população pratica pequeno comércio de produtos alimentares, vestuários, carvão vegetal entre outros.

Mas, é na agricultura que  a maioria da população do distrito (91,9%) se ocupa e ela é praticada em quase sua totalidade por elementos da família (agricultura familiar).

Os instrumentos de produção usados, são tradicionais (enxada de cabo curto, catanas, machados entre outros) e depende muito das condições naturais sobretudo da chuva.

Portanto, os factos, tem mostrado que, a precipitação tem sido irregular, o que dificulta a planificação das épocas agrícolas pelos produtores.

Não tem chovido o suficiente durante as épocas agrárias para o crescimento vegetativo das plantas ou se chove tem sido em quantidades elevadas e provoca inundações e consequente perda da produção ( Vide Figura 1 sobre Médias mensais de precipitação (mm) registadas de 2016 a 2020 no distrito).

Devido a este facto e não só, as quantidades produzidas no distrito variam de época para época.

Portanto, tem havendo períodos em que as famílias só conseguem quantidades para satisfazer as necessidades alimentares mínimas, devido a baixa produção ou falta de capacidade financeira para a aquisição nos mercados locais.

Para além da queda irregular da precipitação, o calor que tem si verificado, tem sido intenso o que dificulta de certa forma o crescimento das plantas (Vide Figura 2 sobre Médias mensais de temperatura registadas de 2016 a 2020 no distrito).

Sendo assim, fica evidente o impacto negativo que a mudança climática tem na segurança alimentar no distrito ,embora difícil de medir o grau da sua influência.

A infleuncia tem haver com queda irregularidade da chuva e aumento da intensidade do calor que juntam -se a outros factores e contribuem para a segurança alimentar no distrito.

As precárias condições das vias de acesso que condicionam o escoamento da produção para a comercialização acaba reflectindo nos preços praticados na compra e venda de produtos.

A dependência da maior parte dos agregados da agricultura familiar para a obtenção de rendimentos, também contribuem negativamente na segurança alimentar do distrito.

Outros factores que influenciam e interferem na utilização de alimentos pelos agregados do distrito tem haver com:

  • falta de conhecimento sobre bons hábitos alimentar e para uma preparação adequada de alimentos,
  • falta de possibilidade de escolha do que consumir (como resultado da dependência apenas da produção e falta de variação de culturas produzidas), e
  • hábitos e costumes

Importa referir que, a mandioca, milho, arroz e batata-doce, são produtos mais consumidos pela população e que são produzidos localmente e, não requerem sua aquisição nos mercados.

Em casos de necessidade de compra dos mesmos, os preços são considerados razoáveis porque a sua disponibilidade é assegurada pela produção local.

Em suma, a precipitação é escassa e irregular no distrito para além de que a temperatura tende a aumentar o que propicia a variação produção e afecta a disponibilidade, acesso económico e estabilidade de alimentos para a população local.

Para além de constituir a principal fonte de alimentos, a agricultura também é a principal fonte de obtenção de rendimentos no meio rural onde vive a maior parte da população do distrito.

Igualmente os eventos extremos que de forma frequente (Vide Figura 3) tem assolado o distrito (cheias, inundações e ciclones), destroem os campos de produção e infraestruturas de transporte.

Esta situação não só provoca situações de fome nas regiões que são afectadas mas também propicia a subida de preços de produtos condicionando a capacidade de aquisição pela população.

Figura 3. Eventos climáticos extremos registados nas últimas duas décadas

Sabe-se que a irregularidade da precipitação, as variações de temperatura e a ocorrência de eventos extremos, caracterizam uma situação de ocorrência Mudança climática.

Isto tem se verificado no distrito da Maganja da Costa e se reflete nos meios de sustento familiar neste distrito.

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