Moçambique e os Desastres Naturais, titulo do presente artigo em que pretende-se retratar os factos ocorridos pela população do pais.
1. Contextualização
De acordo com Banco Mundial (2019), os ciclones, cheias e secas constituem as principais ameaças e maior preocupação para o País.
Contudo, Moçambique apresenta um perfil de risco de desastres diferenciado entre as três regiões e as regiões sul e centro e a zona costeira são as que mais são afectadas por desastres.
Portanto, enquanto a sul e centro são mais afectadas por cheias, a região norte é mais afectada por ciclones e tempestades tropicais.
Assim, com a frequência, magnitude e severidade destes eventos poderão aumentar devido às mudanças climáticas.
Assim, a situação real do país, mostra que 58% da população está exposta a pelos menos duas ameaças naturais, sobretudo secas, cheias e ciclones.
Contudo, ao longo dos últimos 50 anos (1956-2016), foram registados 71 desastres que afectaram 33 milhões de pessoas em todo o País (Banco Mundial, 2019).
2. Ocorrências
Similarmente a cenários de outros países costeiros de África e não só, o pais tem registado vários desastres.
Assim, o quadro, resume algumas ocorrências relacionadas com desastres naturais em Moçambique.
Quadro 1: Ocorrências de desastres em Moçambique (1999-2019)
Ano | Desastre Natural |
1999 | Seca e inundações |
2000 | Cheias e inundações,Ciclones Hudaha, Gloria, Coline e Elinne |
2001 | Inundações |
2006 | Sismo |
2007 | Ciclone Favio |
2008 | Ciclone Jokwe |
2012 | Tempestade tropical ciclones, Dando, Funso e Irina |
2013 | Cheias e Inundações |
2014 | Ciclone tropical Helen |
2015 | Inundações |
2017 | Cheias e Inundações |
2019 | Ciclone Idai e Kenenth |
Adicionalmente, a BIOFUND (2012), lembra que o país ocupa a terceira posição entre os países Africanos mais expostos aos riscos de múltiplos riscos climáticos e durante os últimos 50 anos, o país sofreu a partir de 68 de catástrofes naturais, que mataram naturais
3. Consequências de desastres de tipo ambiental
De acordo com FAO (2014), os meios de subsistência das pessoas são afectadas por vários tipos de choques e crises que podem danificar ou destruir vidas humanas, culturas agrícolas, animais, barcos e equipamento de pesca, infra-estrutura, etc.
Contudo, a dimensão do impacto depende da intensidade do perigo, do nível de vulnerabilidade das pessoas e da sua capacidade para enfrentar estes choques e dificuldades.
3.1.Consequências em Moçambique
Nesta ordem de ideia, em Moçambique a frequência e magnitude dos desastres condiciona o ritmo de redução da pobreza, sobretudo nas áreas rurais e nas regiões norte e centro do País.
Portanto, Moçambique registou progressos assinaláveis na redução da pobreza de 69,7 % em 1997 para 46,1%.
Assim, o quadro 2, traz em resumo das consequências dos desastres que ocorreram em Moçambique
Quadro 2: Consequências dos desastres ocorridos em Moçambique
Ano | Desastre Natural | Consequências |
1999 | Seca | 100 000 de pessoas afectadas |
2000 | Cheias e inundações e Ciclones | 700 mortes, 491 mil deslocados e 5 milhões pessoas afectadas, sem água, alimentos secas e inundações, estradas destruídas |
2001 | Inundações | 115 mortes e 500 mil pessoas afectadas |
2006 | Sismo | 5 mortes e 27 feridos |
2007 | Ciclone | 9 mortes, 160mil afectados e destruição de culturas (insegurança alimentar) |
2008 | Ciclone | 10 mortes e infraestruturas sociais destruídas |
2012 | Tempestade tropical e ciclones | 44 mortes, 100mil afectados, 23 mil habitações destruídas, 737 escolas destruídas, 31 hospitais destruídos e 140 mil hectares de culturas perdidas |
2013 | Cheias e Inundações | 117 mortes e 186 mil pessoas deslocadas |
2014 | Ciclone tropical | 10 mil pessoas afectadas |
2015 | Inundações | 400 mil pessoas afectadas e 15 mil casas destruídas e outras infraestruturas sociais |
2017 | Cheias e Inundações | 44 mortes e 79 mil pessoas afectadas |
2019 | Ciclone Idai e Kenenth | 600 mortes e 1,85 milhão de pessoas afectadas |
4. Acções
As acções com vista a solução ou minimização de impactos tem muito a ver com a realidade do país.
Assim, se por um lado o país é vulnerável a desastres naturais, ao mesmo tempo tem pouca capacidade de resposta para a minimização de impactos e para o desenvolvimento de acções de prevenção.
Portanto, este cenário deve-se ao facto de ser um país em desenvolvimento desprovido de recursos e meios e capacidades institucionais. Tendo em conta esta realidade as acções a serem desenvolvidas passam sobretudo por:
- Mobilização de recursos para a prevenção e mitigação dos efeitos das calamidades naturais;
- Mapeamento das zonas de risco em todo o paíss
- Reforço de capacidades técnicas, materiais e humanos das institucionais que directamente lidam com as questões de desastres;
- Reforço de coordenação entre as instituições;
- Criação de banco de dados que possibilite a realização de estudos;
- Construção e uso de sistemas de armazenamento de água nas zonas de estiagem para o consumo humano, animal e irrigação;
- Intensificação de acções de formação e educação ambiental para todos os intervenientes
Resumo do Risco em Moçambique
Assim, pode se relacionar este texto com o texto intitulado “Cenários de mudanças climáticas em Moçambique” disponível: https://apsaber.blogspot.com/2020/04/cenarios-de-mudancas-climaticas-em.html mas também em https://climatechangemoz.com/?p=81
5. Referências Bibliográficas
- Conselho de Ministros (2005). Plano Director para a prevenção e mitigação das calamidades naturais. Maputo.
- FAO (2014). Redução de Risco de Calamidades para a Segurança Alimentar e Nutricional. África do sul.
- Banco Mundial (2019). Programa de Gestão de Risco de Desastres e Resiliência em Moçambique. Maputo.
- Boletim da República (1995). Política Nacional de Ambiente. Decreto n°5/1995Maputo.
- BIOFUND (2012). O meio ambiente em Moçambique: Notas para a reflexão sobre a situação actual e os desafios para o futuro. Maputo.
- Posse, L.D. (2011). Educação Ambiental no novo currículo do ensino secundário geral em Moçambique. IESE, Revista Eletrónica Conexão, V.2, N.2. São Paulo.
- Notice, J. (2006). Discurso Sobre Educação Ambiental em Geografia da 10ª Classe no âmbito da Conservação da Natureza em Moçambique. Universidade Pedagógica, Maputo.
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