Mudanças Climáticas e o crescimento populacional

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“Mudanças climáticas e o crescimento populacional”, é o titulo do presente artigo, o objectivo é partilhar ideias de diversos autores sobre a relação entre os dois temas: Mudanças climáticas e População.

Cenários de emissões

O Painel Brasileiro para as Mudanças Climáticas (PBMC) (2014), refere que as emissões globais de Gases de Efeito Estufa (GEE), entre 1970 e 2004, cresceram 70%, sendo 24% desde 1990.

Assim, essas emissões, representam 77% de CO2 do total em 2004 e aumentaram 80% nesse período (28% desde 1990).

Portanto, a explicação está no facto de que, a redução da intensidade do uso de energia pela economia internacional (-33%) não equilibrou o crescimento do PIB (77%) e da população (69%).

Nesse sentido, isto provocou aumento de 145% das emissões resultantes do uso de combustíveis fósseis (PBMC, 2014).

Paises industrializados

Entretanto, os países industrializados (Vide Figura 1) que concentram 20% da população mundial, responderam por 57% do PIB e emitiram 46% do total de GEE em 2004 (PBMC, 2014).

Sendo assim, no caso de não serem implementadas políticas adicionais para limitar as emissões, calcula-se uma expansão de emissões de GEE de 25% a 90% em 2030.

Assim, as emissões de CO2 pela queima de combustíveis fósseis cresceriam de 45% a 110% e a maior parte desse aumento entra na conta das nações em desenvolvimento.

Incertezas sobre a evolução futura de variáveis de natureza

O PBMC (2014), argumenta que se as emissões de gases continuarem a aumentar, a temperatura da superfície do planeta cresça de 2ºC a 4,5ºC no final deste século.

Portnato, este intervalo de variação, se explica por diferentes tipos de incertezas sobre a evolução futura de variáveis de natureza distinta, tais como:

  •  Concentrações de GEE na atmosfera correspondentes às diversas trajetórias possíveis de emissões, em função do comportamento de fatores como a absorção de CO2 pelos oceanos e;
  • Factores determinantes das emissões globais de GEE no longo prazo: Trajetórias de crescimento demográfico e económico da demanda de energia e do peso dos combustíveis fósseis.
  • Variações de temperatura do planeta correspondentes aos diversos níveis de concentração de GEE a serem atingidos no futuro.
  • As variações, resultam do comportamento de outros fenómenos naturais e de outras acções humunas que também influenciam as trocas de calor entre a superfície terrestre e a atmosfera

Assim, partilhamos de seguida os países mais poluentes (Figura 1) segundo dados do Germanwatch (2017) citado por COERENCIA (2017).

Por outro lado, partilhamos os países/regiões mais afectadas pelas mudanças climáticas (Figura 2) (Textos complemnetares disponiveis em https://climatechangemoz.com/?p=249; https://climatechangemoz.com/?p=252) segundo Bush (2015) citado por COERENCIA (2017).

Mudanças Climáticas e o crescimento da populacional

Durante o século XX, viveu-se o mais rápido crescimento demográfico da história, passando de 1,65 bilhão para 6 bilhões de pessoas.

Portanto, este marco, representa o maior pico na taxa média de crescimento anual e o maior incremento anual de pessoas por ano (86 milhões ao ano), nas décadas de 1960 e 1980, respectivamente.

Assim sendo, foi na segunda metade deste século, que as taxas de crescimento populacional apresentaram ritmo acelerado, o que deixa vinculado a si, o aumento de emissões de GEE e a expansão populacional (Ojima, 2011)

Segundo Cramo (2007), o volume da população mundial em 2050, deve chegar a 9 bilhões de pessoas, tornando-se um factor que contribui de forma significativo em termos de aumento da emissão de gases estufa, considerando as necessidades de energia e produção de alimentos.

Crescimento populacional: Factor contribuente no aumento de emissões

Os cenários avaliados pelo IPCC, consideram o crescimento populacional um dos factores que forçam o aumento de emissões pois, considerando o padrão dos dias actuais, quanto maior for o número de pessoas no mundo, maiores seriam as emissões de GEE derivadas (Ojima, 2011)

Nesse contexto, Ojima (2011), refere que, a componente populacional entra no debate das mudanças climáticas por duas vias principais: Impactos e à vulnerabilidade dos grupos populacionais expostos às mudanças no clima.

Por outro lado, as mudanças climáticas podem ser motivo de movimentos populacionais e redistribuição espacial da população em diversas escalas espaciais.

Assim, tais mudanças podem afectar o maior ou menor grau de vulnerabilidade de determinados grupos populacionais, condicionando uma redistribuição espacial da população nestes contextos (Barbieri et al., 2010; Carmo; Silva, 2009 citados por Ojima, 2011).

Já para Carmo (2007), um dos principais aspectos a serem destacados nessa relação entre população e mudanças climáticas é que o desenvolvimento industrial.

Segundo o autor, com a Revolução Industrial, aumentou de maneira significativa a emissão dos gases responsáveis pelo aumento do efeito estufa (Carmo, 2007).

Portanto, o desenvolvimento de uma sociedade industrial baseado no consumo de combustíveis fósseis, é um dos principais responsáveis pela emissão de gases que potencializam o efeito estufa, especificamente o CO2 (Carmo, 2007).

Dentro dessa perspectiva, as actividades económicas possuem um impacto significativo sobre as mudanças climáticas.

Impactos

Por sua vez, as mudanças climáticas estão trazendo uma série de problemas para a saúde, incidindo directamente sobre um dos componentes da dinâmica demográfica: a mortalidade.

Assim, além da mortalidade, as mudanças ambientais globais tem impactado também a morbidade, o conjunto de doenças que afetam os grupos humanos (Carmo, 2007).

Como refere a OMS (2003), em decorrência das mudanças climáticas, espera-se para os próximos anos, os eventos extremos venham a se tornar mais frequentes, vindo a ameaçar principalmente os países mais pobres.

Portanto, tais eventos são classificados por essa organização em duas categorias: eventos simples e elevados.

Assim sendo, 0s simples são definidos a partir de variações estatísticas, como temperaturas muito elevadas ou muito baixas e eventos complexos, como secas, inundações e furacões.

Crescimento populacional urbana e mudanças climáticas

Na actualidade, mais da metade da população mundial (3,6 bilhões) vive em cidades. Em 2050, é esperado que a população urbana cresça de 5,6 para 7,1 bilhões, ou 64% para 69% da população mundial (PBMC, 2016).

Sendo assim, em paralelo ao crescimento da população urbana, as cidades actualmente consomem mais da metade da energia primária mundial.

Portanto, como resultado, há agravamento do aquecimento global.

Assim, a produção dos materiais necessários para suportar esse crescimento urbano resultará, até meados do século, na metade das emissões permitidas de carbono.

Sendo assim, cerca de 10 bilhões de toneladas, caso se pretenda atender à meta de limite máximo de aumento de temperatura média do planeta de 2°C em 2100.

Portanto, é nas cidades onde vive mais da metade da população mundial e concentram ainda a maioria dos activos construídos e das actividades económicas.

Assim, estes factores fazem com que esses ambientes estejam altamente vulneráveis às mudanças climáticas.

Referências bibliográficas

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